sábado, 5 de maio de 2012

Mesma




A vida é toda dela.
O destino e a sorte.
Interesse único e escondido.
Me limito aos muros de teu castelo.

Já fui visitante assídua.
Quase dona de suas províncias.
Mas a Vida veio novamente
e tomou pra si o que era de direito.

Não possuo mais suas trancas.
Nem sei as cores dos tapetes.
Fez-me esquecer de quem era
e deixou-me aqui longe de teu portão.

Foi sozinha,

na tua estrada sem sol.
As estrelas cumprindo somente os teus desejos.
Aqui sou eu, a lua, querendo te ver, olhe!
Mas teus olhos permanecem fechados dentro de ti.

Vai e encontre a lacuna no meio de si,
abra um espaço maior e enche de si,
dê fartura e vaidade no reflexo de si,
entregue o amor no desejo de si,
Mesma.

Enquanto aqui, em teu reino, tudo é seu
O eu e mais nada de mim.

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