domingo, 16 de outubro de 2011

Chuva



Fácil de expelir os sais de sua alma
Escorre desesperadamente na pele
Me deixa sem cor quase sem vida
Um martírio silencioso dentro de mim.

Quando anjos choram
Você, anjo chora, implora
O meu contentamento inerente
Perdida com asas rompidas.

Arrependo-me das marcas dilaceradas
Te causei o inferno quando neguei o céu
Caiu por ladeira nos teus cristais doces
Um pranto que lhe entreguei com vil intolerância.

Se perder, cegar-me com teu clarão
Então não mereço mais tua pureza
Pois recuso que perdoe-me se não ver
A luz intensa do amor que tem e entrega.

Se não posso mais te prender
Te deixar voar e ver que há algo
Que não se esconde de ti, está bem próximo
Agarro-me nas paredes de tua alma e ajoelho.

Peço a mim com severa punição
Teu perdão por amar e não
Sofrer quando é devido
Por vezes não ser as portas do seu paraíso.

Te coloco na minha angústia
Nas linhas tortas de minhas mãos
E mesmo que liberte suas cachoeiras
Não abandonarei teus lindos olhos que me refugiam.

Durante todos os fracassos
Você esteve aqui, dentro de mim
E sua voz permaneceu na minha inocência
Enquanto sua fé movia todos os meus sonhos.

Não permito sua saída definitiva
Não pode abandonar nossos anseios
Pois quando não estiver contigo
Você estará comigo.

Aqui, agora, pra sempre.

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